Buscapé solicita revisão de recomendação negativa ao Reclame Aqui
Comparador de preço requer remoção da classificação ‘não recomendado’, sob pena de tomar as ‘medidas judiciais cabíveis’.
Daniela Moreira, editora-assistente do IDG Now!
04/06/2008 às 18h50
O site de comparação de preços Buscapé enviou uma notificação extra-judicial solicitando ao Reclame Aqui, portal onde os internautas podem publicar suas reclamações contra produtos e serviços, que retire a classificação de “não recomendado” atribuída ao seu serviço.
No documento enviado ao Reclame Aqui, ao qual o IDG Now! teve acesso, o Buscapé diz que a recomendação negativa é “descabida” e que não tem “nenhuma responsabilidade sobre as reclamações feitas pelos usuários, por eventuais compras malfadadas”.
Segundo Maurício Vargas, diretor do Reclame Aqui, o Buscapé está listado como “não recomendado” devido à negligência no atendimento ao consumidor. O site registra 188 reclamações diretas contra o comparador de preços, sendo que 156 foram respondidas.
O índice de solução de problemas do site, contudo, está em 37,2%, segundo Vargas. Além das reclamações diretas, consumidores lesados por lojas que deram golpes na web - como Lojas24h, Eletroshop e Polaris - também culpam o comparador pelo golpe do qual foram vítimas, de acordo com o diretor do Reclame Aqui.
“O entendimento é de que, ao apresentar o menor preço, o buscador induz à compra em uma determinada loja”, argumenta o executivo.
De acordo com ele, a notificação será respondida pelo jurídico da empresa, mas a classificação negativa não será removida.
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A notificação requer a exclusão da classificação de “não recomendado” sob pena de tomar as “medidas judiciais cabíveis”.
Desde sua criação, há quase seis anos, o Reclame Aqui já recebeu mais de 920 mil reclamações. O site tem uma média mensal de 550 mil visitantes únicos e mais de 1,4 milhão de consultas realizadas.
Procurados pela reportagem, representantes do Buscapé não foram localizados para comentar o assunto.
Em abril deste ano, o Reclame Aqui divulgou um relatório que apontava que os consumidores culpavam os sites de comparação de preços pelas fraudes das quais foram vítimas.